sexta-feira, 18 de maio de 2007

Sede (original de 20/04/07)


Nunca havia sentido a inspiração subir a minha garganta, como ânsia de vômito. Me deixa a respiração ofegante e me deu a impressão de doença profunda, uma náusea quase incontrolável. Assim me veio as palavras.

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Carta da Sede
Eu não consigo controlar a minha sede, a minha aflição por sua boca. Eu sei que é loucura. Eu não sei nem se me verás do jeito certo. Eu não faço idéia dos teus gestos, eu não conheço o seu jeito. Só sei que estou exasperado por seu beijo, e não consigo me desviar deste pensamento. Mesmo quando não estás aqui, como nunca esteve, eu posso jurar que minha boca conhece a tua. E posso jurar que ela anseia pelo teu beijo por falta, e não por curiosidade. Parece desespero de carência, mas eu me conheço. A carência me bate sem vontade, é só parar de pensar, que ela vai embora. Em você, eu não consigo parar de pensar, muito menos mandar essa sede embora.

Tão pouco espero de ti que me aceites assim. Eu sei que não posso, e acredito que está completamente certa se isso lhe ocorrer mais forte do que o desejo de mim. Te peço que não me julgues como hipócrita e nem como aproveitador. Eu estou atrelado ao que fiz a mim mesmo, e não posso fugir disso. Sinto que perderei o que há de melhor em mim, se acaso eu não conseguir fazer com que minhas decisões sejam à meu favor.

O que espero, e unicamente espero de ti, é que compreenda a minha vontade, e a satisfaça se assim quiser.

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