segunda-feira, 30 de julho de 2007

Lembro de já ter chegado à esta conclusão antes...

Seguindo as recomendações de uma amiga psicóloga, combinamos de ver um filme com as crianças. Posso dizer que as minhas expectativas eram boas, já que parecia ser um filme de fantasia, desses que o cinema tem feito muito bem ultimamente. Pipoca foi o almoço, com refri e comentários inteligentes das crianças.

O filme reforçou, com seus argumentos lúcidos e emocionantes, a idéia de que cada artista possui um combustível inesgotável de dor, insensatez e loucura. Com a mente aberta e com as possibilidades da imaginação, preso a um mundo real como todos nós, o artista foge para o seu próprio mundo. Por vezes o torna tão real para si que poderia matar a sede em um riacho imaginário. Ele desconhece ou aprende a desconhecer os limites do que lhe é palpável ou não.

Cada um sabe da pressão que lhe é cara. Franz Kafka exprimiu boa parte da pressão da sociedade da sua época em sua obra “A Metamorfose”. Voltaire expressou sua revolta com o sistema monarca durante toda a sua obra, e um dia ainda disse "É perigoso estar certo quando o governo está errado".

Pensando em tudo isso, e pendurando as roupas molhadas no varal ao mesmo tempo, pensei em mil coisas sobre pressão, pais e filhos, filmes e artistas. Como tudo se interliga sem se tocar, sem nem mesmo saber da existência um do outro. Com a maneira com que hoje crio o meu filho, sabendo ou não o que estou fazendo, influenciarei as suas amizades e a sua vida, talvez até outras pessoas com o que lhe ensinar. Pensei em minha mãe, e em como ela me tratou a vida toda, sem pressão, ajudando em minhas dificuldades (ou não... depende), me dando mais crédito que os outros.

De onde vem a minha pressão? Por onde eu passei este tempo todo, colhendo palavras em campos estéreis de poesia, difamando pedras em histórias de sonho? Como posso ser capaz hoje de escrever o meu próprio futuro, com rimas fracas e sem êxito às vezes, mas com toda a cólera de um exilado, com toda a fúria de um prisioneiro torturado? Seria eu um farsante?

A minha pressão vem do mundo. Vem de mim mesmo, das minhas desistências, das minhas próprias derrotas. Já perdi empregos para mim mesmo, já perdi amigos para minha preguiça e perdi oportunidades para a minha falta de confiança. A minha dor vem daquela garota que me desprezou na 2ª série, da menina que me traiu na 7ª. Vem da surra em que levei na rua, de uns “caras” que tinham inveja de mim, e só hoje percebo. Vem dos apelidos, da baixa estatura, da dificuldade de expressão. Vem do amor à flor da pele, que eu insistia em não esconder, e que me fez sofrer tanto.

O que?
Filme em DVD “Ponte para Terabítia”
Onde?
Numa locadora bem perto de você.
Porque?
Aluga e descobre.
Quanto?
Ah, vai se f...

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Imaginação...

Estava eu parado na sala, como sempre faço quando não posso sentar no sofá. Fico olhando para a TV, parado e com cara de bobo, esperando os comerciais para continuar o que estou fazendo. É como se, não sentando, eu não parasse o que não posso parar, estando na verdade, parado.

Sem aviso e completamente distraído, uma pancada me tira do mundo da televisão, bem no meio da cabeça. Quando o objeto cai eu reconheço: É o coelho da Rafaela. Olho para trás e ela está me encarando, com a cara que ela faz para fingir que está muito brava.

- Por que tu jogou o coelhinho no pai?
- Porque eu sou a Mônica e tu é o Cebolinha.

Fui obrigado a entrar no personagem e correr por toda a casa, gritando misericordia para aquela dentuça bobona.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Nascer da expressão

A expressão, em qualquer uma de suas formas, deu ao homem uma maneira complexa de demonstrar seus pensamentos e sentimentos. Ela se desenvolveu junto ao processo de evolução e acelerou as relações humanas, dando sentido cultural ao desenvolvimento antropológico.

Na atualidade, o ser humano chega a ser tão complexo a ponto de não conseguir expressar o que lhe ocorre, o que por vezes lhe obriga a guardar e mastigar a si mesmo por tempo indeterminado.

A poesia nasce da explosão incontida das palavras, formas e cores, que saltam cabeça afora das mais diversas formas de expressão, tornando do dia para a noite o perplexo cidadão comum no mais novo poeta, que ele nem mesmo conhecia.

A poesia e o lirismo são o último recurso, ao sensível toque de loucura, do comum habitante do mundo moderno.

Sendo assim, da complexidade criada pela cultura, e pela falta de expressão, nasce sempre o mais novo poeta, artista, pensador. Parido sempre pela falta de expressão.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Jornal Nacional

É necessário uma comissão de ótica, em Brasília. Ninguém vê que a comissão de ética não vai chegar a lugar nenhum.