quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Parei pensativo, com o olhar parado no pinheiro que decora a frente da casa. Ou decorava até se tornar a maior árvore das redondezas. Está mais para sombra do que para orbe. Encontrei, num movimento, o documento do carro no meu bolso. Pensei que devia arranjar um local comum para guarda-lo, já que temos que tê-lo sempre à mão, como a chave do carro. Em instantes a minha menta viajava ao passado, e lembrava do quadro que eu fiz na minha infância, utilizando um pedaço de madeira, tinta, coifas de metal e verniz. Quadro este que hoje é o porta chaves da cozinha, atrás da porta. Passei a mão no meu pé, ao tirar a meia. Senti as calosidades do calçado industrial saltar-me ao dedos.

- Amor, o que tu ta fazendo aí, pensativo?
- Preciso escrever algo que está me incomodando. Me deu uma vontade de entalhar na madeira. Preciso de uma lixa de pé.
- Viver contigo é no mínimo interessante. Se tu fosses mais pobre seria louco, mas ainda está na fase do excentrismo.

Eu apenas sorri. Seria pedir demais que qualquer pessoa me entendesse mesmo.

Um comentário:

Anônimo disse...

sempre é bom te ler. sempre passo por aqui. sempre procuro um texto novo. sempre amigo!
bju carinhoso