Perdido no escuro, com lágrimas nos olhos. Acho que nunca estive tão triste.
Tudo que quero, é que esta escuridão, me domine, me abrace. Que ela toma conta do recinto como se fosse líquida e me sufocasse. Quero morrer afogado nesta escuridão.
Que ela entre por meus pulmões e me sufoque até a morte e que ela seja implacável.
Quero sentí-la entrando em meus poros, permeando meu corpo como se fosse uma esponja.
Por isso fechei cada canto do recinto com cortinas, portas e tapumes. Pelas frestas onde a luz me perseguia, entupi de papel e cera. e pelas luzes elétricas cortei os fios.
Quando o dia chegar quero que me mostre as frestas que esqueci. O sol me mostrará as falhas de meu cativeiro. Ao corrigí-las estarei completo.
Quero que este seja meu túmulo, onde enterrarei de uma vez por todas a existência de minhas mentiras e falsidades. Quero jazer com elas meu ser imundo e desmedido. Quero de uma vez por todas acabar com ele, que me redime ao idiota completo.
Quero com ele entregar minha alma ao que há de mais perverso e dizer adeus a esta vida de desgraça e miséria, de palavras duras e sonhos ásperos. Quero deixar bem claro que será a última vez que me vejo deste jeito.
Só então poderei abrir a porta, e deixar o sol entrar, e deixar sair o ser de luz que existe em mim, para junto dos seres ainda divididos da terra.
Só assim serei completo, quando for apenas metade de mim. A parte iluminada pelo espírito, a parte de paixão e fé.
O resto, aqui jaz na escuridão.
sábado, 27 de janeiro de 2007
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