segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Morte

Não é facil matar um blog. Talvez o mais difícil seja saber que ele chegou ao fim.

Tem aqueles que blogs que morrem de velho, sendo deixados de lado pelos leitores pelo envelhecimento de idéia. Outros são mortos pelo webmaster, pelo conteúdo pouco apropriado exibido.

As mortes mais cruéis são aquelas em que o dono, pelo simples fato de não se importar com isso, deixa o seu blog à mingua, definhando por meses. Não dá atestado de óbito, não tem extrema-unção. O abandono é a pior maneira de matar um blog.


quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Misteriosa

Lulu tem um talento natural.









Desenho da lú... copiando a mamãe. Sem, é claro, o auxilio desta foto, que depois comparei!


Resumindo

- Já tentei ser quem eu não sou.
- Já fui quem nunca imaginei ser.
- Já pensei em morrer mais de uma vez.
- Já tentei magoar, inocentemente, a quem odiava.
- Consigo sempre magoar quem eu amo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Revirando as gavetas

Apesar de ser basicamente organizado, não encontro algumas coisas que guardo. Estou muito preocupado com o comprovante da declaração do imposto de renda, que não está em lugar algum. Outra coisa que me preocupa é um certificado de um curso dado nas dependências do meu atual emprego, a menos de 1 ano, que simplesmente sumiu dos meus arquivos.

Revirei as gavetas de documentos esta tarde, em busca de tais pertences, e obviamente não encontrei nada. Odeio não encontrar algo que tenho certeza ter guardado. Entretanto, revirar estas gavetas me fez encontrar outras coisas.

Dentro de uma pasta recente, juntamente com certidões de nascimento minha e da Faby, estava nossa certidão de casamento. Lá, intacta na gaveta, ela adorna a nossa vida de certezas. É como a certificação de que um dia, pelo menos naquele dia, estávamos tão certos do amor que sentíamos a ponto de afirmá-lo civilmente. Tal documento foi devidamente manuseado e relembrado por nós dois.

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Entre diversos materiais de eletrônicos, que guardo no intuito de utilizar para projetos futuros, encontrei duas fitas cassete muito velhas. Lembrava vagamente do que podia se tratar e separei tais fitas na arrumação. Depois de ter certeza de que o que eu estava procurando não estava ali, decidi ouvir as fitas.

O primeiro desafio foi encontrar um toca-fitas. Ta bom, ta bom, eu sou velho mesmo, eu sei. Com a tecnologia digital avançando tão rapidamente que não se vende mais toca-fitas em aparelhos de som, o jeito foi revirar os meus velhos alfarrábios na garagem. O meu velho Micro-sistem Philips me auxiliou mais uma vez, talvez a última. Ele tem tantos mal-contatos que desisti de conserta-lo um dia. Pelo menos serviu para alguma coisa ainda.

A primeira fita era um antigo presente de um amigo. Um presente tão velho que eu não entendo como ainda funcione. Diversos sons que marcaram a nossa juventude recente em uma única fita, gravada no antigo som da casa dos pais dele. Lembrei algumas músicas e depois parei. Decidi que algumas coisas do passado devem ficar no passado. A Faby me ensinou isso com sua eloqüência e seu amor.

A segunda fita foi para o deck e por instantes eu torci para que fosse o que eu pensava ser. Ao apertar o play, uma janela se abriu em nossa cozinha, nos transportando para o pequeno quarto das crianças, na antiga “casa amarela”, 5 anos no passado. A fita começa com pequenas canções infantis, canções de ninar ou simplesmente canções inventadas e cantadas pela Lulu, quando tinha apenas 5 aninhos. Além do registro da voz, que no início confundimos com a da Rafinha atual, temos o registro de alguns erros infantis de linguagem que até pouco tempo lembrávamos. Um registro especial para mim, que operava o som na época por segurança, é de que um dia, sem a pressão do pai biológico, ela me chamou de pai. Isso me trouxe lágrimas aos olhos.

Logo depois nossas vozes, minha e da Faby ao fundo, rindo e comentando sobre as canções. Minha voz aparece derrepente: “Essa é a voz da Rafaela aos 7 meses”. Logo depois de um estalo começa uma risada de bebê, inconfundível. Ela segue por quase 5 minutos e então outro estalo, sem registro da época. “Fala bebê”...

Minha voz e meu jeito de papai coruja me remete a sensação indescritível daquela época. Um pai jovem e sem recursos, lutando para dar o mínimo para sua família. Ela balbucia muitas coisas nessa fita, feita ao longo de quase um ano no antigo gravador do quarto. Fala “Papa” e “Mama” nitidamente. Chama nosso antigo cachorro e faz diversas manhas. O registro do “Exe?” quando queria saber se estava com a coisa certa na mão.

Papai e mamãe coruja embalam novamente a fita e dizem um para o outro: “Vamos guardar para sempre, talvez digitalizar”. Guardamos a fita mais a mão agora, para poder lembrar mais fácil. Se bem que acho que estas memórias nunca vão sair da minha mente.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Oscilações

Ainda dizem que a economia está estável...











Menos de 1 mês depois...


Passado

A internet é realmente incrível, diante de todas as possibilidades. Uma cabeça cheia de idéias e, de repente, ela se torna uma ferramenta muito útil.

Aprendi a utilizar os downloads feitos por torrent e minha vida realmente mudou. Lembrei-me de filmes que eu vi no cinema quando criança. De seriados antigos de TV e de programas infantis. Está tudo lá, guardado e documentado, esperando ser redescoberto pelas crianças.

Comecei a abrir esta porta. Baixei os filmes “A garota de rosa choque” e “Curtindo a vida adoidado”. As crianças não curtiram tanto quanto eu. Questão de embaçamento da mente, já que estes filmes fizeram parte da minha adolescência, não da infância. Cada coisa tem o seu momento certo. Fui mais fundo na mente, então me lembrei dos filmes do “de volta para o futuro”. Dias depois o download estava completo, dublado e cheio de extras. A minha filha mais velha adorou e pediu para ver comigo.

Nós na garganta foram diversos. Principalmente durante os momento finais do filme, num diálogo Dr. Emmett "Doc" Brown diz, encerrando a trilogia:

- O futuro não está escrito, ainda não aconteceu. Ele é feito do seu presente. Por isso, façam o melhor que puder.

Lágrimas escondidas nas faces, não consegui me conter e corri da sala. Mal posso esperar para baixar “Goonies”.

domingo, 7 de setembro de 2008

Hipocrisia

Ouvi à muito tempo atrás que eu não poderia comprar uma moto. Porque eu era pai de família, porque era muito perigoso, porque não havia cabimento. Concordei, pois moto era sinônimo de aventura e egoísmo, já que serve a apenas uma (ou duas) pessoa(s). Deixei de lado, já que realmente não havia condições de tê-la.

Meu intuito era, na época, facilitar a minha locomoção ao trabalho e talvez conseguir voltar a estudar. Mas tudo perdeu a lógica com os argumentos que ouvi e concordei.

Ontem, exatamente na minha folga, ouvi outra coisa que não me agradou. Ela havia andado na garupa de motos na juventude não tão distante. Minha mente, depois de alguns minutos de fermentação, explodiu em uma revelação que não consegui guardar para mim.

Estávamos indo para uma noite à sos e no meio da estrada eu disse: Hipocrisia. Ela não entendeu então eu disse novamente: Hipocrisia, esse é o nome. Comecei a briga que acabou com a noite, mas não consegui evitar.

Existe sim um homem para casar e outro para namorar. Por namorar entende-se curtir. E eu era o cara pra casar. Me senti um trouxa, uma possibilidade mais segura. Senti como se um enorme nariz de palhaço estivesse colado em mim a vida toda. Ou seja, depois de curtir a vida, com caras que não serviam para constituir família, eu fui o cara que gostou dela e que merecia mais confiança.

Pudera: Óculos na cara, um emprego estável, uma família que me apoiava. Amigos de infância e um crédito invejável na praça. Poucos relacionamentos, a maioria com mais de um ano. Perfeito... um otário.

Talvez não exista nada do que eu digo. Talvez eu esteja só viajando. Talvez eu tenha brigado por nada. Mas foi assim que eu me senti na hora.